A mitologia em torno de Lilith é encontrada em muitas culturas. Na Mesopotâmia e na Babilônia, Lilith era uma divindade feminina associada aos ventos e às tempestades, que se imaginavam ser portadores de enfermidades e morte. Lilith também aparece como um demônio em crenças tradicionais islâmicas.
Com a formação dos dogmas religiosos hebraicos, a figura de Lilith foi transportada para o mito da criação humana. Segundo o Alfabeto de Ben Sirá, um dos textos que compõem a coleção de escritos rabínicos chamado Talmud, Lilith foi criada por Deus da mesma forma que Adão. Entretanto, por ter se recusado à submissão sexual, pois compreendia que deveria se relacionar de modo igualitário, já que também havia sido criada à imagem e semelhança de Deus, abandonou o Éden e passou a viver como um demônio no Mar Vermelho.
Lilith representa a figura da insurgência. A imagem da mulher que não aceitou ser subserviente à vontade divina ou à vontade dos homens. Esta obra é composta por histórias que traçam a trajetória de Lilith, seja em sua criação, seja em seu embate com o divino e até mesmo em sua influência na humanidade atualmente.