Publicado originalmente em 1890, na revista Lippincott’s Monthly Magazine e posteriormente como livro no ano seguinte, “O Retrato de Dorian Gray” é uma obra-prima de Oscar Wilde que mergulha nos recônditos da alma humana e na busca insaciável pela juventude eterna. No coração de uma Londres vitoriana, Dorian Gray, um jovem rico e de beleza inigualável, torna-se a inspiração do talentoso pintor Basil Hallward. Fascinado pela pureza e pela aparência angelical de Dorian, Basil cria um retrato que capta a essência do rapaz em sua mais esplêndida forma.
Quando Dorian encontra Lorde Henry Wotton, conhecido por sua filosofia hedonista, sua visão de mundo é transformada. Influenciado pelas ideias do Lorde, sobre a supremacia do prazer e da beleza, Dorian faz um desejo inconsciente: que seu retrato envelheça em seu lugar, permitindo que ele permaneça jovem para sempre. Para seu espanto, seu desejo é atendido.
À medida que Dorian se entrega a uma vida de excessos e decadência, o retrato começa a refletir sua verdadeira natureza corrompida, enquanto permanece intocado pelo tempo. O quadro se torna um símbolo de sua alma arruinada, escondida do mundo, enquanto ele se afunda cada vez mais na degradação moral e na culpa.
O livro traz uma narrativa intrigante sobre o dualismo entre aparência e realidade, beleza e corrupção, juventude e decadência. Através de sua prosa afiada e diálogos mordazes, Wilde nos oferece – nas páginas de seu único romance – uma crítica feroz à superficialidade da sociedade e ao custo devastador da vaidade e do hedonismo desenfreado.
Essa edição conta com mais de duzentas notas, posfácio de James Joyce, escrito em 1909, e com a primeira e consagrada tradução da obra para o português, realizada em 1923, por João do Rio.