Descrição
Quantos protagonistas negros você conhece? Quando pensamos nos mais variados tipos de representação, seja em filmes, séries, desenhos ou livros, temos poucos negros como personagens principais. A maioria esmagadora de heróis, super-heróis e mocinhos não representa nossa diversidade cultural.
Quando falamos em literatura negra o que vem à sua mente? Quantos autores e personagens negros marcam a sua memória? Segundo a pesquisa realizada pela UNB (Universidade de Brasília) durante os anos de 2004 e 2014 apenas 2,5% dos autores publicados não eram brancos e menos de 7% dos personagens dos romances eram negros. As ocupações desses personagens retratados nos romances entre os anos de 1990 e 2004 era: bandido, empregada doméstica, escravos ou dona de casa.
A literatura brasileira, desde o século XVII, traz as marcas de uma sociedade de base escravocrata, que elege a “branquitude” como qualidade ideal e relega os negros e mestiços à condição de subalternos, marginais ou ainda ausentes das páginas das obras canônicas. Até pouco tempo, muitas pessoas acreditavam que Machado de Assis foi um homem branco. A campanha “Machado de Assis Real”, realizada pela Faculdade Zumbi de Palmares, coloriu a famosa foto do escritor, segundo o texto publicado no site da iniciativa, trata-se de uma “errata histórica feita para impedir que o racismo na literatura seja perpetuado”.
Nos últimos anos, autores como Conceição Evaristo, Djamila Ribeiro, Fátima Trinchão, Abdias Nascimento e outros vêm mudando estas estatísticas ao provar que autores negros podem sim ocupar o posto de livros mais vendidos, trazendo consigo personagens negros que podem ser quem eles quiserem.
Em se tratando da literatura negra, ainda existe um grande percurso para avançarmos, visto que quando falamos dela, muitos ainda a veem como algo relegado a um público consumidor específico.
O acesso a esta literatura permite que muitas crianças se identifiquem com os personagens e com os autores negros. Projetos literários com personagens negros e escritos por autores negros são extremamente importantes para que as novas gerações possam entender as marcas que o racismo deixa nas pessoas, para que as crianças negras possam se enxergar sendo advogadas, professoras, bombeiras, policiais, astronautas e escritoras. Para quebrar o paradigma social imposto aos negros.
Pensando nisso, a Cartola Editora reuniu autores negros nesta antologia que é composta por histórias tendo negros como personagens principais, onde falamos de respeito, luta e igualdade, buscando a valorização das raízes, do orgulho e do poder das pessoas negras, reunindo histórias inspiradas na vida real, escritas por novos e já conhecidos escritores brasileiros negros.
Aline Cristina Moreira de Oliveira – Além da cor
Arisson Tavares da Silva – Sonho de criança
Camyla Roberta Gonzaga Silva – A novata
Carlos Santos – Memórias do cafezal
Diônvera Coelho da Silva – Sobre um coração que anda, voa e rompe com as estruturas
Erika Oliveira Marinho – Atlântico
Escarletti dos Santos Pinto – A subida de Hélio
Fabiano Souza da Anunciação – Fava que cresce
Flávia Alexandre Stopa – Cor de pele é toda cor
Jacqueline Ferreira da Silva – Nem todos os heróis usam capas
Jacqueline Oliveira da Conceição – Fênix Negra: asas de resiliência(s)
Jéssica da Silva Albino – O manifesto sobre a vida preta
Jéssica da Silva Albino – Rotina
Kaliana Oliveira da Hora – Cadê o papai? O papai voltou?
Leandro Passos – BorboNegra
Luana Bernardes Primani – O alvo é a cartolina
Luana Bernardes Primani – Samba e teatro
Manoel Francisco Filho – Nina
Márcia de Barros Lima Santos – Samba-lelê
Marlon Souza da Silva – Sobre Sonhos
Marlon Vinicius Pacheco da Silva – Vidas crespas
Nadia Farias dos Santos – Terra à vista
Nathalia de Oliveira Souza – Agulhas brancas
Pamella Araujo Santos – Teresinha
Priscila Roberta Nunes de Carvalho – E se o subúrbio falasse?
Sandra Maria dos Santos Menezes – O Vestido
Serafina Ferreira Machado – Aposta
Tainá dos Santos Oliveira – Insira aqui o seu nome
Tatiana Teles da Silva – A cor da própria pele
Vera Lucia Ribeiro de Oliveira – Viva nossa voz