Poemas de uma enfermeira que acredita que sempre podemos fazer algo a mais. Não apenas um banho a mais, ou uma troca a mais, mas também, um sorriso a mais, um abraço a mais, um afeto a mais, uma poesia a mais. O processo do adoecimento é doloroso e cheio de sentimentos negativos, por isso, todo o possível deve ser feito para amenizar a dor, acalmar o sofrimento, e acalentar o coração.
Ele estava em um estágio de adoecimento muito avançado, como o primeiro homem, se chamava João. Foi com ele que descobri o valor, o sentido e a razão. Foi após um plantão, corrido, carregado e muito difícil. Após registar o ponto, retornei ao quarto para ler um cordel chamado “Morte e Vida Nordestina”. Li, conversei e fui embora.
Qual não foi a minha surpresa, quando o seu filho me contou que quando eu sai, ele conversou muito com sua esposa e lhe contou sobre a minha história, sobre a força do povo nordestino enquanto enfrentavam a seca. E então, ele lhe falou: “como esse povo é tão forte e sempre resiste sem desistir, e eles sempre conseguem, a minha vida também é assim. Preciso ficar forte e lutar contra essa doença, pois eu também vou conseguir”.
Foi rápido, foi curto, mas foi incrível o quanto cada poesia e cordel lhe animavam e lhe deixava feliz. Deixou uma saudade sem fim, que se transformou no “Cordel do Adeus”.