Desde cedo, a pequena Jacqueline aprendeu a se virar pelas ruas do distrito de Whitechapel, na região central de Londres. Com a morte da mãe durante seu nascimento, seu pai, o barbeiro Thomas Johnson, dividia-se entre o trabalho árduo e a jogatina nos prostíbulos da cidade. Exímio apostador, não havia em toda a Inglaterra quem pudesse vencê-lo no carteado. Todo o dinheiro que ganhava, guardava para que sua filha pudesse ingressar na faculdade de Medicina, sua verdadeira paixão. Por falta de dinheiro, não pôde se tornar médico, mas lia com a filha todos os livros de Medicina que podia comprar.
Certa noite, o barbeiro foi envenenado e suas economias furtadas, deixando a filha na miséria. Sem dinheiro nem mesmo para comer, Jacqueline decidiu vingar-se de todos aqueles envolvidos na morte de seu pai, usando os conhecimentos adquiridos nos livros de Medicina e na habilidade com a navalha que herdou.
Uma a uma, todas as prostitutas presentes na fatídica noite foram assassinadas. Os casos logo chegaram aos jornais e a Scotland Yard sentiu-se pressionada a descobrir a identidade do “assassino”. Quando Mary Jane Kelly foi atacada em um dos becos sombrios de Londres, um jornalista que bebia em um pub próximo ao local correu para socorrer a vítima e a encontrou com a garganta jorrando sangue. Ele tentou tirar da moça o nome do responsável pelo ataque, mas ela mal conseguia falar, apenas balbuciou: “Jacque…” antes de desfalecer sem concluir o nome de quem atentara contra a sua vida.
E assim surgiu pela primeira vez nos tabloides ingleses o nome de “Jack, o estripador”.
Essa antologia traz histórias sobre a onda de horror que assolou Londres entre os anos de 1888 e 1891, os crimes atribuídos ao assassino em série mais famoso da história, mas que foram cometidos pela navalha de uma mulher em busca de vingança.