Imaginem um homem nascido em Manaus e se tornado quase carioca; imaginem um homem com o dom de criar música em texto, de rimar com a naturalidade de quem respira; imaginem este homem cismando ser poeta do cotidiano, vendo minúcias do dia a dia que não percebemos, observador da sociedade que mistura o popular com o erudito, o moderno com o antigo.
Pois é, eis aí a apresentação de Gercilí Barros. Lidando com a maldição de ser um Jovem Poeta, o que segundo Rubem Braga são dois defeitos, consegue nos atrair desde a primeira página neste livro Poemas, Sonetos e Afins, opondo-se assim à citação do grande mestre RB. Passeia versos como se transitasse pelas ruas ouvindo passarinhos; chutando pedrinhas e catando folhas pelo chão. Vendo o que todos nós vemos, porém com o diferencial de poeta, que enxerga de outro jeito do que todos nós. O olhar astuto de matuto, absorvendo cores e flores pela vida (epa! Até eu já ajeito rimas).
Romeu Tonini